Na semana que vem trago dois textos seguidos de Everaldo Santos. Eu o convidei para escrever também para a seção ARTECULTURANDO, até lá.
Assunto que é tabu em todos os segmentos da sociedade, a liberação do uso da maconha vem sendo discutida com mais fôlego no Brasil. A discursão sobre o tema não é recente, mas agora tem tomado força com manifestações pela legalização em todo o país. Recentemente até o ministro do meio ambiente, Carlos Minc, apoiou as manifestações e o uso da droga, ainda considerada ilícita.
O tema voltou à pauta depois de declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que apoiou o uso doméstico da substância. Atualmente Fernando Henrique faz parte, como dirigente, da Comissão Latinoamericana sobre Drogas e Democracia.
Um dos primeiros estudos sobre o uso da substância foi publicado em Nova York e dizia que o uso da maconha prolongadamente não fazia mal a saúde física das pessoas. Desde então muito tem se estudado, pesquisado sobre os reais efeitos no organismo.
Em estudo publicado em 1999, a Organização Mundial de Saúde relata que a maconha é menos prejudicial que drogas licitas como o álcool, porém traz riscos aos usuários tais como dependência, possibilidade de desenvolver esquizofrenia se a pessoa já tiver disposição para doença, maior possibilidade de envolvimento em acidentes de trânsito, entre outros riscos. Porém só há riscos para quem faz uso extremo.
Pesquisas cientificas mostram que a maconha pode ajudar no combate de doenças, podendo ser usada em conjunto em tratamentos como os de quimioterapia, que combate o câncer e Aids. Alivia os sintomas da esclerose múltipla e por ser analgésica, combate de maneira eficiente as dores.
Opiniões divididas:
O farmacêutico e pesquisador, Edson Lima acredita que a liberação do uso da maconha em pesquisas cientificas será de extrema importância no campo da pesquisa brasileira e um passo a frente para o país. “Não vejo porque não liberar aqui no Brasil, nos Estados Unidos já se pode fazer pesquisas sobre as propriedades da planta”. Segundo ele é cientificamente comprovado o sucesso do uso em pesquisas até para recuperar de dependência a outras drogas.
Ao mesmo tempo o farmacêutico é contra a liberação para consumo indiscriminado por ainda existir muitas contradições sobre seus efeitos. “Primeiro acho importante que sejam realizadas mais pesquisas e só ai quando tivermos uma conclusão mais concreta sobre os efeitos se decidir se ela pode ser liberada para consumo caseiro”.
Já o músico e estudante Jorge Bruno Fraga diz que a erva pode ser usada de diversas formas, desde artesanato como para fins medicinais. Ele acredita que a droga não vicia e dentre as demais, tanto licitas quanto as ilícitas, é a menos prejudicial, e a proibição é uma questão política e econômica e não por questão de violência ou coisas de outro gênero.