sábado, 5 de janeiro de 2013

Ciclos e círculos... ou apenas fases


Esta semana me deparei com dois momentos distintos, mas que de certa forma teriam alguma relação. Neste post eu falo de amizade! No primeiro momento eu estava  em outra cidade com um grupo de amigos e algumas situações de deixaram de cabelo em pé. Estávamos ali para comemorar um novo ciclo de nossas vidas, uma nova fase... um novo ano que estava chegando. Mas, novas sensações estavam se aproximando. Era estranho... sabe quando você acha que conhece muito uma pessoa, e de repente você percebe que nada daquilo que ela tinha te apresentado parece real? Me senti assim.

A outra situação aconteceu a poucos dias. Bateu aquele momento nostálgico, sabe? Senti falta de certas pessoas que fizeram diferença na minha vida... de repente veio aquele filme, recordei do dia que nos conhecemos, de como me relacionei com cada um e, como aqueles longos quatro anos passaram depressa.

Ciclos – percebi finalmente que nossas relações são feitas dessa palavra de apenas seis letras (se estiver no plural, claro!). C – I – C – L – O – S. Fazendo uma análise de minhas relações de amizade, pude perceber que elas estão atreladas às fases de minha vida. Escola (fundamental e médio), grupos sociais (teatro, igrejas, vizinhos etc.), trabalhos (1º emprego, trabalhos temporários, 2º emprego, 3º emprego...), faculdade, dos relacionamentos etc. Mas me deparei ai com o xis da questão. Assim como mudamos de fases, mudamos também de amigos (ou colegas como alguns preferem chamar). Particularmente não gosto disso, sobretudo quando se refere aqueles amigos que de fato fazem diferença na nossa existência.

Círculos – eu só vim ter um amigo de verdade aos 15, 16 anos. O pior é que eu não sabia o que era isso. Foi uma fase muito complicada e saudosa da minha vida. Normalmente as pessoas começam amizade muito cedo, eu não! Não sei por qual motivo me afastava das pessoas. Não tive aquela relação de frequentar a casa de amigos e nem eles a minha. Eu não tinha o costume de me abrir emocionalmente pra ninguém e nem tão pouco contar meus segredos, desejos e anseios. Nunca tive isso antes. 
Com meu primeiro amigo aprendi muita coisa. Aprendi realmente o sentido da palavra amizade, ainda bem que tive um bom professor! Aprendi que é necessário falar a verdade, mesmo quando isso pode ter consequências graves. Aprendi que todos nós precisamos ter um ombro amigo, um confidente para as horas difíceis. Percebi que amigo de verdade não é aquele que só diz o que você quer ouvir, é aquele que te mostra como a vida é dura e que você precisa ser forte para poder enfrentá-la. Aprendi também que ter amigos traz também consequências... o ciúme, as brigas, as opiniões divergentes e o pior de todos: a distância.

Segue abaixo uma música de Fernando Mendes que eu ouvia muito quando era pequeno (meu pai é fã dele) e que pra mim não tinha muito sentido na época. Agora, revendo meus conceito, percebo que esta música também pode falar de amizade, sobretudo da pior fase dela, a distância.

Márcio Bacelar
Jornalista, Gestor e Produtor Cultural


Não vejo mais você faz tanto tempo 
Que vontade que eu sinto 
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços 
É verdade, eu não minto 

E nesse desespero em que me vejo 
Já cheguei a tal ponto 
De me trocar diversas vezes por você 
Só pra ver se te encontro 

Você bem que podia perdoar 
E só mais uma vez me aceitar 
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la 
Agora, que faço eu da vida sem você? 
Você não me ensinou a te esquecer 
Você só me ensinou a te querer 
E te querendo eu vou tentando te encontrar 
Vou me perdendo 
Buscando em outros braços seus abraços 
Perdido no vazio de outros passos 
Do abismo em que você se retirou 
E me atirou e me deixou aqui sozinho




1 comentários:

Unknown disse...

Cada novo ciclo pode trazer um novo amigo (efêmero),porém aquele que intimamente seu amigo for permanecerá nas suas próximas fases de de sua vida, mesmo que não seja com a mesma frequência.Quero estar presente nos seus próximos ciclos Marcinho! :)