terça-feira, 12 de maio de 2009

PENSAMENTO ALHEIO - Rafael Bastos

Várias pessoas foram cogitadas para participar desta seção. Também pensei em diversas possibilidades para o texto inicial, mas a galera ta muito atarefada, enfim... o mais importante é que tudo ta ficando dentro dos prazos.

Para abrir os caminhos o escolhido foi Rafael, meu grande amigo, irmão e parceiro de faculdade. Rafinha, como eu costumo chamar, trouxe um texto que foi feito para compor a matéria de oficina de jornalismo digital. O texto trata de um assunto muito interessante, principalmente para a galera que curte música e vídeo.


A era da narratividade “videoclíptica”

Por Rafael Bastos


Seja na TV ou na internet, a presença do videoclipe vem crescendo acentuadamente como meio para divulgar a música de um cantor ou banda. Mas ele não está aqui apenas como trabalho movido pela publicidade, por trás disso existem estudos que comprovam que o videoclipe não é apenas juntar música e imagem e divulgar na mídia. Para gravá-lo é necessário tomar como base vários conceitos da musicalidade e imagética para que ambos entrem em sintonia e haja a integração resultante no videoclipe.

Em sua dissertação, apresentada em 2006 na Universidade Federal da Bahia, Narratividade e Videoclipe: interação entre música e imagem nas três versões audiovisuais na canção "One" do U2, Claudiane de Oliveira Carvalho acredita que a narratividade do videoclipe se dá através da integração do som e da imagem, levando em consideração os elementos da música (aquilo que se está ouvindo) com os recursos de movimentos de câmera, o desempenho do próprio artista, a edição das imagens e os efeitos de pós- produção.

Ao integrar esses elementos, é preciso ter uma base reflexiva para saber o que se quer fazer no primeiro momento. Depois é hora de analisar cada pedaço da música, sua melodia e a forma como se pode aperfeiçoar a imagem para que o vídeo fale pela música. Para o diretor Win Wenders, gravar videoclipe é uma jogada diferente, pois só é possível ter um roteiro porque a música lhe dá isso. “O vídeo vai ajudar apenas a dar mais brilho a canção e fazer com que ela se torne mais interessante”, diz Wenders em entrevista divulgada no DVD - U2 - The Best of 1990–2000, da Universal International Music.

A produção do videoclipe passa por três fases essenciais: a pré-configuração, a configuração e a reconfiguração. A primeira é a própria pré-produção: junção de idéias, criação de roteiro, colocar no papel quais as possibilidades que a música traz para figurar na imagem. A configuração seria a prática, ter uma visão do trabalho teórico, juntando os movimentos com os elementos sonoros e, conseqüentemente, adicionar os efeitos visuais para aperfeiçoar o trabalho. A reconfiguração é a resultante: lançar o clipe. Essa é a parte crucial, pois o público que estará assistindo é quem vai aceitar ou não o resultado de todo o processo. “A leitura da indústria fonográfica não escapa às convenções da sociabilidade. Analisar um clipe é, portanto, localizar no texto manifestações de afeto, referir-se a sinestesia e à performance, tendo como respaldo a noção do corpo”, diz Claudiane Carvalho.

Uma vez que essa narratividade é aceita pelos telespectadores, chega-se a conclusão que o prévio estudo da imagem e música foi feito com sucesso e cautela, cuidando para que tudo se encaixasse nas mais perfeitas condições. Não é fácil produzir um videoclipe, é necessário pensar muito antes de tomar qualquer atitude para que o resultado seja promissor.

Analisando a obra de um diretor

Daniel Og é mais conhecido por suas direções de arte em videoclipes. Ele tem um tom meio surrealista de trabalhar seus vídeos. O elemento primordial encontrado em seus trabalhos são historinhas que remetem os telespectadores a infância, com a presença de fantoches, dragões, envolvendo histórias que seus próprios pais contavam quando crianças.



Aqui são postos dois videoclipes dirigidos por Daniel Og, dos quais trazem esses personagens em histórias que às vezes têm ou não um final feliz. Por um lado, frisamos o videoclipe “Anacrônico” da cantora Pitty. O vídeo traz a história de uma garota que está internada no hospício. Em toda trajetória do clipe ela tenta fugir desse lugar, mas aparecem vários fantoches que a impedem de sair desse “mundinho” da qual está inserida. No final ela se torna uma boneca e é presa em uma gaiola.



Por outro lado, temos o videoclipe da banda Detonautas Roque Clube “Olhos certos” que mostra um rapaz que enfrenta tudo para encontrar o seu amor. Uma história romântica ilustrada com fantoches, onde aparecem bonecos, dragões, barcos, sereias, entre outros personagens. No final do clipe, após ter enfrentado tudo, ele finalmente encontra o que estava à procura.

4 comentários:

Rafael Bastos disse...

Marcinho... é muito bom participar dessa nova seção do seu blog!
É uma ótima oportunidade de ter vários tipos de textos com maneiras diferentes de se expressar num só lugar.

Abraço

Lorena disse...

Muito bom o texto Rafa
Parabéns

Lala disse...

Adoreii o Texto, mesmo nao entendendo muito do assunto hehe esta com uma linguagem maravilhosa, Parabens Fael

Anônimo disse...

achei esse texto por acaso.
obrigado pela resenha.
fazem alguns anos que não produzo
mais clipes, o seu texto me fez sentir bem.
forte abraço!