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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

VALE DO CAPÃO – O INÍCIO

Eita!!! Pense numa viagem que não foi programada. Pense numa viagem que te tira do rumo, te deixa incomunicável e que aparentemente tinha tudo pra dar errado. Pense numa viagem sensacional. Pois, essa foi a impressão que tive no final das contas. Sem dúvidas, este foi um dos roteiros mais fantásticos que fiz na minha vida. Vale do Capão - Chapada Diamantina, este com certeza é um dos roteiros indispensáveis na vida de qualquer pessoa. Vamos lá!

Após um mês movimentadíssimo, finalmente me vi em período pleno para o gozo de férias. Não havia planejado nada de diferente. Eu queria apenas ficar em casa, de penas para o ar, deitado em minha cama assistindo Tv o dia todo na companhia da minha cadelinha, no fim de semana ver o love e, dar uma organizada nas coisas aqui de casa. Nada demais, era só isso que eu havia planejado para os meus 15 dias de sossego. Por um acaso, e tão somente por isso, minha coordenadora, amiga, irmã e conselheira para todas as horas, em conversa comigo através do Facebook, me convidou para acompanhá-la para uma viagem curta em família para o Vale do Capão. Detalhe: a conversa aconteceu na madrugada de quarta para quinta-feira e a viagem aconteceria na madrugada de quinta para sexta. Eu fiquei em êxtase! não somente pelo fato de ter algo para fazer no meu período de descanso, mas por causa da oportunidade de poder conhecer um lugar que é desejado por 10 entre 10 pessoas que conheço. Mesmo sem ter planejado, arrumei as malas e segui rumo ao Centro-Sul da Bahia.








VALE DO CAPÃO – DIÁRIO DE BORDO

Quando me referi a "aparentemente dar tudo errado" foi por dois motivos: a distância; o clima instável. De Salvador para a Cidade de Palmeiras, são aproximadamente 443 km, algo em torno de seis horas de viagem de ônibus. No trajeto existem três paradas: Feira de Santana, Itaberaba e Lençóis. A cidade fica entre os municípios de Lençóis e Seabra. Quando busquei informações sobre compra de passagens, encontrei apenas uma linha fazendo o trajeto: Real Expresso/Rápido Federal. Não existem opções de ônibus Leito, Semi-leito ou Baby Cama, rola apenas o Executivo tradicional e pronto! Isso faz com que a viagem torne-se desconfortável. Preferi viajar de madrugada acreditando que dormiria no caminho até a cidade destino, ledo engano! Alguns trechos da BR 242 estão esburacadas, transformando o tranquilo sono em pesadelo.

Passado o trecho de ônibus, de Palmeiras até o Vale do Capão, localizado no distrito de Caeté-Açú, são mais 18km de carro. Existem cooperativas de vans que fazem o trajeto sob o cus
to de r$10 por pessoa. O caminho é de terra batida, com vários buracos no percurso, mas a paisagem compensa qualquer coisa. É possível ver nesse trajeto alguns dos rios que cortam a região. Seguimos então para a pousada.

VALE DO CAPÃO – SOB A ÓTICA DO TURISTA

Chovia muito quando chegamos no Capão. Isso me fez pensar que durante nossa estadia por lá, a chuva permaneceria também. Como o local mantem um ar sustentável, a Vila é o único local que tem calçamento de pedras de paralelepípedo, as demais localidades são de terra batida. Quando chove a lama se faz presente. 
A minha primeira impressão era de que o local era “preparado” para turista ver. Várias lojinhas de artesanato local, roupas hippi
es e comidas naturebas. Ainda bem que só foi a primeira impressão! Com o passar dos dias isso foi desconstruído.

Outra coisa que me chamou atenção foi a quantidade de restaurantes, lojas e “centros” de cura e massagens
alternativas. Descobri posteriormente que o local em meados da década de 60 foi redescoberto por uma juventude influenciada pelo movimento hippie, que criou um misticismo em volta do Vale, de suas belezas naturais e sob as linhas da Nova Era. Até hoje o local é “ocupado” e visitado pela galera “Alternativa”, ambientalistas ou de pessoas filiadas a uma variada gama de estilos de vida fundados em crenças ecológicas. 

Achei o custo de vida lá um pouco alto. Vi simples camisas custarem de r$ 29 a 250 reais, licores dos mais variados sabores por r$25 a garrafa, cerveja Long Neck r$4 (se for comparar com a marca e com a distância dos Centros de distribuição até que o preço estava razoável). Vale lembrar que também tinha muita coisa em conta. A pousada custou r$25 a diária, uma pizza gigante de massa integral por r$45 e um café da manhã, farto e muito bom por r$11 em média. O rango em um restaurante de comida caseira também foi barato, curto de r$6 a 12 por pessoa, dependendo da fome de cada um. 

Para quem quer se isolar o lugar é ideal. Não tem operadora de telefonia móvel que consiga alcance naquela região. Telefone fixo existe, internet também. Mas as ligações só podem ser feitas por dois orelhões que ficam na frente do posto de saúde (pelo menos só vi esses dois) ou nos estabelecimentos comerciais e algumas casas da região. A internet pode ser acessada em algumas lan houses espalhadas pela vila ao custo de r$1 por 15 minutos de acesso. Tem também alguns bares e pousadas que oferecem o serviço via wifi. Lugar para se divertir não falta. As opções vão desde uma trilha, circo, bares até música eletrônica. 

Como o tempo de viagem foi curto, fizemos apenas duas trilhas. Uma para o Rio Preto e outra para Conceição dos Gatos. Na primeira, tivemos tudo que temos direito. Trilha no meio da mata, subida e descida de barranco, escaladas em pedra e por fim: um belo banho de cachoeira. As águas do rio preto é geladíssima! No fim do dia estava revigorado e com vontade de fazer outras trilhas disponíveis. 
A trilha para Conceição dos Gatos tinha uma pegada mais tranquilo. Caminho sempre reto, seguido de um córrego criado pelo dono do terreno, através da água desviada da cachoeira. Na cachoeira algumas piscinas naturais se formavam entre as pedras. Uma coisa chata, mas que em nada atrapalhava a trilha, eram os diversos tubos que a todo instante brotavam nas margens do riacho. Os moradores utilizavam desse recurso para levar agua até suas propriedades. Depois de um dia inteiro tomando banho de rio, era hora de comer! O local é bem servido de opções, tanto para os bolsos quanto para os gostos. Almoçamos num restaurante que tem vista panorâmica para a cachoeira, com pratos que vão de uma simples salada à carne de carneiro.

Por fim, no dia seguinte retornamos para Salvador. A viagem de retorno foi cansativa, mas revigorante por causa dos dias que recarregamos as baterias no local mais mágico da Bahia.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

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sábado, 5 de janeiro de 2013

Ciclos e círculos... ou apenas fases


Esta semana me deparei com dois momentos distintos, mas que de certa forma teriam alguma relação. Neste post eu falo de amizade! No primeiro momento eu estava  em outra cidade com um grupo de amigos e algumas situações de deixaram de cabelo em pé. Estávamos ali para comemorar um novo ciclo de nossas vidas, uma nova fase... um novo ano que estava chegando. Mas, novas sensações estavam se aproximando. Era estranho... sabe quando você acha que conhece muito uma pessoa, e de repente você percebe que nada daquilo que ela tinha te apresentado parece real? Me senti assim.

A outra situação aconteceu a poucos dias. Bateu aquele momento nostálgico, sabe? Senti falta de certas pessoas que fizeram diferença na minha vida... de repente veio aquele filme, recordei do dia que nos conhecemos, de como me relacionei com cada um e, como aqueles longos quatro anos passaram depressa.

Ciclos – percebi finalmente que nossas relações são feitas dessa palavra de apenas seis letras (se estiver no plural, claro!). C – I – C – L – O – S. Fazendo uma análise de minhas relações de amizade, pude perceber que elas estão atreladas às fases de minha vida. Escola (fundamental e médio), grupos sociais (teatro, igrejas, vizinhos etc.), trabalhos (1º emprego, trabalhos temporários, 2º emprego, 3º emprego...), faculdade, dos relacionamentos etc. Mas me deparei ai com o xis da questão. Assim como mudamos de fases, mudamos também de amigos (ou colegas como alguns preferem chamar). Particularmente não gosto disso, sobretudo quando se refere aqueles amigos que de fato fazem diferença na nossa existência.

Círculos – eu só vim ter um amigo de verdade aos 15, 16 anos. O pior é que eu não sabia o que era isso. Foi uma fase muito complicada e saudosa da minha vida. Normalmente as pessoas começam amizade muito cedo, eu não! Não sei por qual motivo me afastava das pessoas. Não tive aquela relação de frequentar a casa de amigos e nem eles a minha. Eu não tinha o costume de me abrir emocionalmente pra ninguém e nem tão pouco contar meus segredos, desejos e anseios. Nunca tive isso antes. 
Com meu primeiro amigo aprendi muita coisa. Aprendi realmente o sentido da palavra amizade, ainda bem que tive um bom professor! Aprendi que é necessário falar a verdade, mesmo quando isso pode ter consequências graves. Aprendi que todos nós precisamos ter um ombro amigo, um confidente para as horas difíceis. Percebi que amigo de verdade não é aquele que só diz o que você quer ouvir, é aquele que te mostra como a vida é dura e que você precisa ser forte para poder enfrentá-la. Aprendi também que ter amigos traz também consequências... o ciúme, as brigas, as opiniões divergentes e o pior de todos: a distância.

Segue abaixo uma música de Fernando Mendes que eu ouvia muito quando era pequeno (meu pai é fã dele) e que pra mim não tinha muito sentido na época. Agora, revendo meus conceito, percebo que esta música também pode falar de amizade, sobretudo da pior fase dela, a distância.

Márcio Bacelar
Jornalista, Gestor e Produtor Cultural


Não vejo mais você faz tanto tempo 
Que vontade que eu sinto 
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços 
É verdade, eu não minto 

E nesse desespero em que me vejo 
Já cheguei a tal ponto 
De me trocar diversas vezes por você 
Só pra ver se te encontro 

Você bem que podia perdoar 
E só mais uma vez me aceitar 
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la 
Agora, que faço eu da vida sem você? 
Você não me ensinou a te esquecer 
Você só me ensinou a te querer 
E te querendo eu vou tentando te encontrar 
Vou me perdendo 
Buscando em outros braços seus abraços 
Perdido no vazio de outros passos 
Do abismo em que você se retirou 
E me atirou e me deixou aqui sozinho




sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Tempo II*

Caramba!!! tem muito tempo que não passo por aqui. Para termos uma pequena noção, a minha ultima postagem foi no dia 19 de julho de 2011, quase dois anos atrás. Enfim... vamos lá! Nesse meio tempo muita coisa mudou, muita coisa mesmo. É claro que pra melhor, viu! Pra me ajudar nessa retrospectiva, escolhi uma música de Caetano Veloso, com a doce interpretação de Maria Gadu, para sintetizar as coisas que escreverei abaixo.


Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo Tempo Tempo Tempo
Entro num acordo contigo
Tempo Tempo Tempo Tempo


Entrei sim num acordo com o Tempo, nesses quase dois anos minha vida mais pareceu uma montanha russa. Entre altos e baixo, rodopios e manobras de cabeça para baixo, neste exato momento, parece que meu carrinho finalmente pegou a reta final da brincadeira. Não cito isso como o fim do meu percusso, mas como o inicio de uma viagem mais mais tranquila daqui pra frente, eu espero!

Falando profissionalmente, montei um espetáculo em parceria com meu amigo George Bispo (dividimos a direção), escrevi meu primeiro texto teatral e ficamos em temporada no Centro Cultural Plataforma, Solar Boa Vista, além da participação na primeira edição do Verão Cênico (apresentamos no Espaço Xisto e na sala do Coro do Teatro Castro Alves), encerramos o espetáculo FTS III (Festival de Teatro do Subúrbio/2012). O espetáculo deu o ponta pé a um sonho antigo nosso: montar nossa própria companhia de Teatro. 
Infelizmente não conseguimos realizar a terceira edição do FTS no ano de 2011, mas ela aconteceu em janeiro de 2012 e, finalmente tivemos gás para trazer o grupo Nós do Morro (este era um sonho antigo que tentávamos realizar desde a primeira edição do festival em 2009). Em 2011 também não conseguimos realizar o Festival A Cena Tá Preta (atividade realizada em parceria com o Bando de Teatro Olodum e o Teatro Vila Velha no qual fazermos a produção), mas, a sua terceira edição naquele ano foi marcada com algumas atividades pontuais feitas pelo TVV e a quarta edição em 2012 teve tudo que tínhamos direito. 

De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo Tempo Tempo Tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo Tempo Tempo Tempo

Razões e Corações, 2011 foi um ano conturbado emocionalmente. Bati meu recorde nas questões amorosas, me envolvi com 4 diferentes pessoas nesse mesmo ano. 1 - Abandonei e fui abandonado num relacionamento de quase quatro anos. 2 - Retomei uma antiga paixão que abandonei em 2008. 3 - Praticamente fui casado por três meses, mas não deu certo. Tentei retomar o meu antigo relacionamento de quatro anos, mas não durou um mês. 4 - Por fim... encontrei o grande amor da minha vida. Juntamente com esse relacionamento ganhei quatro novos amigos.  Por outro lado, por motivos que não sei até hoje, perdi uma amizade que julgava de grande importância pra mim e que foi o ápice do meu retorno à casa de meus pais (morei só por exatos um ano).

O que usaremos pra isso
Fica guardado em sigilo
Tempo Tempo Tempo Tempo
Apenas contigo e migo
Tempo Tempo Tempo Tempo

Não posso contar tudo, óbvio! Alguns trechos desta minha breve retrospectiva devem ficar ocultos, nem tudo deve ser dito. Somente aqueles que viveram comigo determinadas situações é que sabem do que estou escrevendo, mas posso dizer que todo ocorrido teve sim seu momento de importância. Dei tempo ao tempo e prossegui, isso de fato é o que importa. 

Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo, Tempo, Tempo, Tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo, Tempo, Tempo, Tempo

Planos e Promessas para 2013, no momento da virada eu refleti sobre algumas questões, fiz alguns pedidos, algumas promessas e tracei algumas metas. Dentre elas posso citar meu desejo de voltar a escrever por aqui. Nos próximos post trago um breve relato sobre minha viagem de férias ao Recife (réveillon 2012/2013), perspectivas para este novo ano que chega e alguns textos sobre séries, filmes, músicas e reformulação neste blog. Afinal... tudo muda!

Márcio Bacelar
Jornalista, Gestor e Produtor Cultural

*O título faz alusão a uma outra postagem publicada neste mesmo blog no dia 06/01/2011