segunda-feira, 11 de maio de 2009

TEORIAS DE ALMANAQUE - O Calendário



Estamos praticamente no meio do ano, mais um pouquinho... e o ano acaba. Outro dia, pensando cá com meus botões me bateu uma dúvida, como é que surgiram os meses do ano? Como é que eles foram nomeados?
Lembro que quando eu passava as férias na casa de minha avó Zulmira ela chamava o mês de julho de Santana, Deus é que sabe por que ela nomeava o sétimo mês do ano assim.

Como sou um cara obstinado a sanar minhas curiosidades, decidi ir em busca da resposta. Outro dia passando em uma livraria em Salvador, comecei a folhear uma revista de história e adivinhem o que eu encontrei? Uma revista chamada “Aventuras na História”, numa seção intitulada de Dúvida Cruel tinha uma matéria com o seguinte nome: Como surgiram os nomes dos meses do ano? Putz! Que sorte a minha. Não pensei duas vezes, comprei logo a revista e tratei de acalmar meus ânimos. Abaixo, as informações que consegui coletar. Os créditos são da revista que citei agora pouco aí em cima.


COMO SURGIRAM OS NOMES DOS MESES DO ANO?
Nosso calendário é regido por deuses, imperadores e números romanos

(Álvaro Oppermann)

Antes de Roma ser fundada, as colinas de Alba eram ocupadas por tribos latinas, que dividiam o ano em períodos nomeados de acordo com seus Deuses. Os romanos adaptaram essa estrutura. De acordo com alguns pensadores, como Plutarco (45-125), no principio dessa civilização o ano tinha dez meses e começava por Martius (Atual março). Os outros dois teriam sido acrescentados por Numa Pompílio, o segundo rei de Roma, que governou por volta de 700 a.C.

Os romanos não davam nomes apenas para os meses, mas também para alguns dias especiais. O primeiro de cada mês se chamava Calendae e significava “dias de pagar as contas” – daí a origem da palavra calendário, “livro de contas”. Idus marcava o meio do mês, e Nonae correspondia ao nono dia antes de Idus. E essa era apenas uma das diversas confusões da folhinha romana.

Até Julio César (100 a.C. – 46 a.C.) reformar o calendário local, os meses eram lunares (sincronizados com o movimento da lua, como hoje acontece em países mulçumanos), mas as festa em homenagem aos deuses permaneciam designadas pelas estações. O descompasso, de dez dias por ano, faziam com que, em todos os triênios, um décimo terceiro mês, o Intercalaris, tivesse que ser enxertado.



Com a ajuda de matemáticos do Egito emprestados por Cleópatra, Julio César acabou com a bagunça ao estabelecer o seguinte calendário solar: Januarius, Februarius, Martius, Aprilis, maius, Janius Quinctilis, Sextilis, September, October, November e December. Quase igual ao nosso, com as diferenças de que Quinctilis e Sextilis deram origem aos meses de julho e agosto. Quando e como isso aconteceu, você descobre lendo o quadro abaixo.

JANEIRO – Januarius era uma homenagem ao deus Jano, senhor dos solstício, encarregado de iniciar o inverso e o verão. Seu nome vem daí: ianitor quer dizer porteiro, aquele que comanda as portas dos ciclos de tempo.



FEVEREIRO – O nome se referia a um rito de purificação, que em latim se chama februa. Logo, Februarius era o mês de realizar essa cerimônia. Nesse período os romanos faziam oferendas e sacrifícios de animais aos deuses do panteão, para que a primavera vindoura trouxesse bonança.



MARÇO – dedicado a marte, o deus da guerra. A homenagem, porém, tinha outra motivação, bem menos beligerante. Como Marte também regia a geração da vida, Martius era o mês da semeadura nos campos.



ABRIL – pode ter surgido para celebrar a deusa do amor, Vênus. No primeiro dia do mês, as mulheres dançavam com coroas de flores. Outra hipótese é a de que aprilis tenha se originado pelo aperio, “abrir” em latim. Seria a época do desabrochar da primavera.



MAIO – homenagem a Maia, uma das deusas da primavera. Seu filho era o deus Mercúrio, pai da medicina e das ciências ocultas. Por esse motivo, segundo escreveu Ovídio na obra Fastos, Maius era chamado de “o mês do conhecimento”.



JUNHO – faz alusão a Juno, esposa de júpiter. Se havia uma entidade poderosa no panteão romano, era ela, a guardiã do casamento e do bem-estar de todas as mulheres.



JULHO – Chamava-se Quinctilis e era simpliesmente o nome do quinto mês do antigo calendário romano. Até que, em 44 a.C. o senado romano mudou para o nome de Julius, em homenagem a Júlio César.



AGOSTO – antes era Sextilis, “o sexto mês”. De acordo com o historiador Suetônio, o nome Augustus foi adotado em 27 a.C., em homenagem ao primeiro imperador romano, César Augusto (63 a.C. – 14 d.C.).

SETEMBRO A DEZEMBRO – para os últimos quatro meses do ano, a explicação é simples: setembro vem de Septem, que em latim significa “sete”. Era, portanto, o sétimo mês do calendário antigo. A mesma lógica se repete até o fim do ano. Outubro veio de october (oitavo mês, de octo), novembro de November (nono mês, de novem, e data de Ludi Plebeii, um festival em homenagem a Júpiter) e dezembro de December (décimo mês, de decem).




O proximo post será como surgiu a calça Jeans, aguardem!

2 comentários:

Diego Sobreira disse...

Adorei Márcio, sempre trazendo informações interessantes e diferenciadas.

Lorena disse...

Bom saber que nasci no mês das deusas do amor, inspirador rsrs. Amei essa curiosidade sobre os meses do ano.