sexta-feira, 11 de outubro de 2013

VALE DO CAPÃO – SOB A ÓTICA DO TURISTA

Chovia muito quando chegamos no Capão. Isso me fez pensar que durante nossa estadia por lá, a chuva permaneceria também. Como o local mantem um ar sustentável, a Vila é o único local que tem calçamento de pedras de paralelepípedo, as demais localidades são de terra batida. Quando chove a lama se faz presente. 
A minha primeira impressão era de que o local era “preparado” para turista ver. Várias lojinhas de artesanato local, roupas hippi
es e comidas naturebas. Ainda bem que só foi a primeira impressão! Com o passar dos dias isso foi desconstruído.

Outra coisa que me chamou atenção foi a quantidade de restaurantes, lojas e “centros” de cura e massagens
alternativas. Descobri posteriormente que o local em meados da década de 60 foi redescoberto por uma juventude influenciada pelo movimento hippie, que criou um misticismo em volta do Vale, de suas belezas naturais e sob as linhas da Nova Era. Até hoje o local é “ocupado” e visitado pela galera “Alternativa”, ambientalistas ou de pessoas filiadas a uma variada gama de estilos de vida fundados em crenças ecológicas. 

Achei o custo de vida lá um pouco alto. Vi simples camisas custarem de r$ 29 a 250 reais, licores dos mais variados sabores por r$25 a garrafa, cerveja Long Neck r$4 (se for comparar com a marca e com a distância dos Centros de distribuição até que o preço estava razoável). Vale lembrar que também tinha muita coisa em conta. A pousada custou r$25 a diária, uma pizza gigante de massa integral por r$45 e um café da manhã, farto e muito bom por r$11 em média. O rango em um restaurante de comida caseira também foi barato, curto de r$6 a 12 por pessoa, dependendo da fome de cada um. 

Para quem quer se isolar o lugar é ideal. Não tem operadora de telefonia móvel que consiga alcance naquela região. Telefone fixo existe, internet também. Mas as ligações só podem ser feitas por dois orelhões que ficam na frente do posto de saúde (pelo menos só vi esses dois) ou nos estabelecimentos comerciais e algumas casas da região. A internet pode ser acessada em algumas lan houses espalhadas pela vila ao custo de r$1 por 15 minutos de acesso. Tem também alguns bares e pousadas que oferecem o serviço via wifi. Lugar para se divertir não falta. As opções vão desde uma trilha, circo, bares até música eletrônica. 

Como o tempo de viagem foi curto, fizemos apenas duas trilhas. Uma para o Rio Preto e outra para Conceição dos Gatos. Na primeira, tivemos tudo que temos direito. Trilha no meio da mata, subida e descida de barranco, escaladas em pedra e por fim: um belo banho de cachoeira. As águas do rio preto é geladíssima! No fim do dia estava revigorado e com vontade de fazer outras trilhas disponíveis. 
A trilha para Conceição dos Gatos tinha uma pegada mais tranquilo. Caminho sempre reto, seguido de um córrego criado pelo dono do terreno, através da água desviada da cachoeira. Na cachoeira algumas piscinas naturais se formavam entre as pedras. Uma coisa chata, mas que em nada atrapalhava a trilha, eram os diversos tubos que a todo instante brotavam nas margens do riacho. Os moradores utilizavam desse recurso para levar agua até suas propriedades. Depois de um dia inteiro tomando banho de rio, era hora de comer! O local é bem servido de opções, tanto para os bolsos quanto para os gostos. Almoçamos num restaurante que tem vista panorâmica para a cachoeira, com pratos que vão de uma simples salada à carne de carneiro.

Por fim, no dia seguinte retornamos para Salvador. A viagem de retorno foi cansativa, mas revigorante por causa dos dias que recarregamos as baterias no local mais mágico da Bahia.

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